segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Técnica "Mais Uma Vez"


Essa técnica oferece condições para que o aluno saiba quais suas intenções

Muitos anos atrás, em uma escola em que eu dava aula, mandaram-me treinar um time de beisebol, um esporte que eu só jogava de vez em quando. Senti-me desqualificado para treinar. Mas o amigo de um amigo era um mestre como treinador de beisebol e durante um café ele me ensinou a organizar minhas práticas. Seu melhor conselho foi simples e duradouro e é a chave para a técnica Mais uma vez: “Ensine a eles o básico de como bater na bola e depois faça-os bater nela o máximo de tempo que puder. Prática e mais prática, tacada após tacada após tacada: maximize o número de vezes que eles praticam. Deixe-os bater na bola uma vez atrás da outra até que eles possam dar a tacada até dormindo. Essa é a chave. Não mude isso. Não invente moda. Faça-os fazer a mesma coisa de novo e de novo”. Afinal entendi: fazer de novo era a chave para aprender a bater na bola em beisebol.
Ás vezes, as verdades óbvias são as melhores. De fato, esta verdade é reafirmada pelos dados em quase todos os campos e em toda situação. Quer saber qual é o fator que melhor prevê a qualidade de um cirurgião? Não é a reputação dele, não é a faculdade onde se formou, nem mesmo quão inteligente ele é. A melhor maneira de prever sua qualidade é descobrir quantas cirurgias de um certo tipo ele já fez. É a memória muscular. É a repetição. É Mais uma vez – para cirurgias complexas, para bater a bola de beisebol, resolver problemas de matemática, escrever corretamente. A repetição é a chave para um cirurgião não apenas porque significa que ele vai fazer tudo certo se as coisas correrem normalmente, mas também porque, se as coisas derem errado, ele terá o máximo de poder cerebral livre para resolver o problema na hora. E, se é verdade que as pessoas aprendem uma nova habilidade na décima ou vigésima vez que a praticam (nunca na primeira vez), então é importante incluir isso nas suas aulas. A gente ensina até a parte onde os alunos parecem ter percebido a nova habilidade e para. Eles tentam uma vez e dizemos: “Muito bem, você entendeu!”. Ou pior: “Agora estamos sem tempo. Tente fazer em casa e vê se aprende direitinho!”.

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