Essa técnica oferece condições para que o aluno saiba quais suas intenções
Muitos anos
atrás, em uma escola em que eu dava aula, mandaram-me treinar um time de
beisebol, um esporte que eu só jogava de vez em quando. Senti-me desqualificado
para treinar. Mas o amigo de um amigo era um mestre como treinador de beisebol
e durante um café ele me ensinou a organizar minhas práticas. Seu melhor
conselho foi simples e duradouro e é a chave para a técnica Mais uma vez: “Ensine a eles o básico de
como bater na bola e depois faça-os bater nela o máximo de tempo que puder.
Prática e mais prática, tacada após tacada após tacada: maximize o número de
vezes que eles praticam. Deixe-os bater na bola uma vez atrás da outra até que
eles possam dar a tacada até dormindo. Essa é a chave. Não mude isso. Não
invente moda. Faça-os fazer a mesma coisa de novo e de novo”. Afinal entendi:
fazer de novo era a chave para aprender a bater na bola em beisebol.
Ás vezes, as
verdades óbvias são as melhores. De fato, esta verdade é reafirmada pelos dados
em quase todos os campos e em toda situação. Quer saber qual é o fator que
melhor prevê a qualidade de um cirurgião? Não é a reputação dele, não é a
faculdade onde se formou, nem mesmo quão inteligente ele é. A melhor maneira de
prever sua qualidade é descobrir quantas cirurgias de um certo tipo ele já fez.
É a memória muscular. É a repetição. É Mais
uma vez – para cirurgias complexas, para bater a bola de beisebol, resolver
problemas de matemática, escrever corretamente. A repetição é a chave para um
cirurgião não apenas porque significa que ele vai fazer tudo certo se as coisas
correrem normalmente, mas também porque, se as coisas derem errado, ele terá o
máximo de poder cerebral livre para resolver o problema na hora. E, se é
verdade que as pessoas aprendem uma nova habilidade na décima ou vigésima vez
que a praticam (nunca na primeira vez), então é importante incluir isso nas
suas aulas. A gente ensina até a parte onde os alunos parecem ter percebido a
nova habilidade e para. Eles tentam uma vez e dizemos: “Muito bem, você
entendeu!”. Ou pior: “Agora estamos sem tempo. Tente fazer em casa e vê se
aprende direitinho!”.
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